quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Os doze pregos

       Henrique era um menino que não tinha paciência com ninguém e com nada que                                                                         estivesse ao seu alcance para que se sentisse incomodado, enraivecido.

-         O que foi nunca viu? – perguntou Henrique percebendo alguém que aleatoriamente olhava para ele.

Continuando sua caminhada para algum lugar quando passando próximo a um portão um cachorro latiu com sua presença podendo ter sido com qualquer outra pessoa.

-         Se continuar latindo vou torcer seu pescoço – reclamou ameaçando o cão.

Virando uma esquina entrou numa rua onde estavam alguns meninos jogando bola e a mesma sendo chutada por um deles bateu na perna do Henrique que enervado simplesmente chutou a bola com força sem uma direção escolhida e a bola foi bater em um vaso com flores numa alça de um jardim próximo dali.

-         Não gostaram?  Posso fazer pior! – exclamou o rapaz com cara feia para os meninos que apenas ficaram sem ação perante as atitudes dele.

Assim foi durante o percurso que fez até chegar em sua casa onde deparou com seu avô no corredor com quem também se implicou.

 -   O que foi velho?  Sai da frente! – espirrou essas palavras mirando o avô de cima a baixo.

Assim que entrou em sua casa exatamente na sala deparou com seu pai que havia notado mais uma vez o quanto seu filho não respeitava as pessoas com sua chatice.

Chama-o:

-         Henrique aproxime-se porque tenho um presente para você.

Mesmo a contragosto ele chega até seu pai que abrindo uma gaveta retira um pequeno pacote e uma caixa.

-         Meu filho, diz o pai, eu sei o quanto você é impaciente e chato com as pessoas, animais ou qualquer coisa que encontra pelo caminho, até mesmo comigo.  Porém, vou  dar-lhe algo que vai ajudá-lo bastante.

Assim falando abre o pacote e a caixa e mostra doze pregos e um martelo.  Em seguida colocando na mão do filho o adverte:

-         Sempre que você sentir raiva de alguém ou alguma coisa vá até aquela parede onde tem uma madeira exposta, falou apontando para um lado, e bata um prego.

      Ele concordou tomando aqueles objetos e retirando-se dali.

     Alguns dias depois ele procurou pelo pai e disse:

-         Eu já coloquei os doze pregos naquela madeira e estou me sentindo melhor.

O pai apontando para a parede complementa:

-         Agora você vai tirar todos os pregos daquela madeira.

Henrique com o martelo assim o fez trazendo os pregos a seu pai que novamente cita outras palavras.

-         Agora sim, meu filho, olhe para o buraco na madeira e perceba o tamanho da ferida que você deixou em cada um que magoou lembrando que vai demorar a fechar.

                                             

      *   *   *

Colaboração de: José de Souza

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